Vida é: viver bem; e saber viver: é saber enfrentar o “sim” e o “não”.
Além disso, é importante viver bem porque iremos nos sentir muito vivos e isso é um motivo muito bom para fazermos a renovação em nossas vidas. A renovação é um bem maravilhoso, é só você começar a reparar ou ter amizades com pessoas idosas. Alguns idosos reclamam da vida que não é feliz porque nunca foi feliz e não sabem o que vieram fazer aqui na terra, ainda outros reclamam das pessoas mais novas que não dão atenção e muito menos carinho e amor para eles, outras pessoas tem “nojo” em dar as mãos para uma pessoa idosa, ao dar as mãos, depois, disfarçadamente vão para uma pia lavá-las, mas também existem outros que olham com carinho para os idosos, querem saber o nome e o que estão fazendo na vida ou o que já fizeram, mas procuram ficar distantes, mantendo cerca de dois metros de distância, eu por ser idoso eu não ligo e entendo os jovens, mas é inevitável que no futuro bem próximo eles também serão idosos. Então, irão compreender o descaso deles para com um ancião ou uma anciã, mas o nosso bom Deus sabe o que faz, por que tem outros jovens que beijam as mãos, no rosto ficam abraçados com um idoso. Bem, hoje na juventude atual, são muito poucos que fazem isso em abraçar, beijar e de perguntar: “Oi, como vai você”? É uma pergunta muito intima e gostosa de ouvir e o idoso responde sorrindo: ─ “Vou indo bem e você”? Ou ainda alguns perguntam principalmente as moças: ─ “Nossa como o senhor é bonito? Quer se casar comigo”? Outros jovens dão a mão, aliás, as duas; outros falam só um “oi” acenando com os dedinhos, mas na verdade, são poucos aqueles que se aproximam e querem saber de nossas vidas, e o que fomos o que somos. Eu até entendo e não recrimino essas atitudes dos jovens, agora os velhos rabugentos e sisudos rogam pragas, mas graças a Deus praga de velho não pega, porque são revoltados, coitados, não sabem ainda como se perdoarem. Porém, eu sou um idoso, versátil, ora sou um moleque, ora sou jovem, mas o que eu gosto mesmo é desta idade que estou passando agora, 81 anos. Há tempo atrás, os jovens foram levados por mim a um encontro em um asilo e foram com muita má vontade eu percebi no ônibus que nos conduziam, um silêncio e um mal estar nesses jovens, eu compreendi, e pensei: “Eles vão ter uma surpresa muito grande”, ao chegarmos no asilo, todos estavam num silêncio total. As garotas começaram a se incomodar com o silêncio e diziam num tom alto: “Aí que silêncio ruim”! E fomos adentrando pelo asilo adentro e passamos pelo refeitório, pelo salão de leitura e olhando para os rostos dos jovens se via nitidamente a má vontade deles. Passamos por uma sala que tinha várias mesas de bilhar, os jovens ficaram surpresos e eu perguntei-lhes: ─ Porque essas caras? ─ Eles sabem jogar tudo isso? ─ perguntou-me surpreso um deles. ─ Tudo isso e muito mais ─ respondi-lhe. Enfim, saímos por uma porta que dava para a área de lazer e todos os velhos estavam lá com uma bola de capotão e perguntaram para os jovens: ─ “Vamos jogar?” Um olhou para a cara do outro surpreso. Enfim, jogaram futebol de quadra com os velhos e apanharam de dez a um. Então, começaram um entrosamento e os jovens falavam para os idosos: ─ “Isso é porque vocês nos pegaram desmotivados, da próxima vez vamos ganhar de vinte a um”. Depois almoçaram, para surpresa minha jantaram também, e para tirar os jovens dali foi difícil, já eram vinte e duas horas resolveram ir embora, porque os velhinhos tinham que se recolherem para dormir, mas antes todos os idosos foram até a calçada para se despedirem, os jovens e eu, nós entramos no ônibus e os idosos abanaram as mãos e gritavam “viva” e os jovens também gritavam “viva” e também abanavam as mãos. Na volta, eles comentavam entre eles dentro do ônibus – “Nossa! Vocês viram o Sr. Galhardo..., o outro o Sr. Moacir..., o Sr. Joaquim...”. Tive a certeza naquele momento, que aqueles jovens nunca mais iriam esquecer-se daquele passeio. Todos esses jovens saíram compenetrados e comentavam: “Ah! Quando eu ficar velho eu quero ser como o Sr. Joaquim, o outro igual ao Sr. Manoel, etc”. Enfim, queriam todos os anos visitar aquele asilo e sempre falavam entre eles:” Ah eu quero ser velho igual aquele ou aquela idosa. Então, concluímos que a vida e renovação nada mais é que participação em todos os momentos de nossas vidas.
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Sempre encontro pessoas que me perguntam se vale a pena viver, e eu respondo-lhes que sim, que vale muito.
E como vale viver, o importante é estarmos vivos para podermos realizar nossos sonhos. Bem, vou contar uma pequena história, há alguns anos atrás, em 1965, eu tinha uma amiga, Iolanda, era uma moça esforçada, lutou muito e se formou em Direito Civil. Iolanda uma moça de fibra, não tinha medo de ir às praças públicas e lutar pelo seu ideal, não queria ver o povo oprimido pelo governo militar da época. Viajou para distribuir panfletos em outras cidades, foi presa e levada para a cidade de São Paulo, depois ninguém soube dar notícias dela. Para consolo de seus pais dias antes dela viajar, escreveu uma carta para eles nos seguintes termos: “Eu luto pela minha vida e de todos os brasileiros. Para muitos não vale a pena, para mim vale muito, não tenho vontade de morrer. Eu estou vendo tantos irmãos que lutam por um ideal igual ao meu perecerem repentinamente, agora não tenho medo de morrer pela causa. Cada momento de minha vida são ensinamentos profundos sobre direitos humanos, chego a fazer poemas sobre PAZ, que ainda está muito distante. De uma coisa tenho certeza, eu luto ao lado de muitos irmãos, pela justiça terrena e pela justiça Divina. Eu só quero ser muito rica, mas de espírito para conseguir a Paz para mim e para o meu povo”. Perceba nesta história, muito bonita, de uma moça que deixou a sua família para lutar para a humanidade. Em minha opinião eu não acho que ela fez certo, não precisava ir tão longe, uma vez que a sua família já estava começando a aceitar o seu ideal. Ela se esqueceu de sua família, mas, hoje, os seus familiares não se esquecem dela e sofrem, procuram por todos os meios para saber noticias de seu paradeiro, de onde ela se encontra; esta família agora está com muitas duvidas a respeito da liberdade que tanto esta moça Iolanda almejava, resta para essa família culpa e sofrimento. Nunca devemos tomar atitudes precipitadas, para isto basta basear-se por esta história, Iolanda deixou dúvidas e a dúvida machuca muito, hoje os seus familiares tem ódio do seu ideal; se ela tivesse pensado melhor ela estaria junto com a família e teria um resultado melhor. Não fuja da sua vida, porque a vida é bela e vale a pena ser vivida, é bom sim viver lutando, mas vivendo em Paz. Florêncio Lopes Médium Clarividente Professor Espiritualista [email protected] www.florencioalopes.com.br |
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