Escrito por Cezar Augusto BatistaO meu neto Davi Manzoli Batista leu o livro acima destacado, gostou e me emprestou.
Philip Marlowe é o personagem principal dos livros de Chandler, assim como Hercule Poirot é o de Agatha Christie, Sherlock Holmes o de Arthur Conan Doyle, Comissário Maigret o de Georges Simenon e, aqui, devemos citar Edgar Alan Poe, considerado o criador do gênero ficção policial. Marlowe não tem família, nem parente algum, mora sozinho em imóvel simples e trabalha como detetive particular, não se importando com dinheiro. O básico, o essencial, está de bom tamanho para ele. Possui personalidade forte, não mede as palavras e é muito sincero nas suas observações. Não chega a ser alcoólatra, mas gosta de bebidas alcoólicas e bebe muito. A trama é muito bem desenvolvida, as trezentos e noventa páginas são lidas sem tédio, devido a narração ser feita de forma a prender o leitor e lhe proporcionar desejo de saber mais. Por acaso, ele se envolve com pessoas de classe alta e desequilibradas emocionalmente, e se depara com muitos problemas, alguns dos quais consegue desvendar. Esses casos emblemáticos, a princípio desvinculados, ao longo do texto vão se encaixando e montando o quebra-cabeças. O narrador do livro é o próprio detetive Marlowe que, mesmo na solução dos crimes, diz o que ocorreu de forma natural, sem apresentar provas ou as apresenta de maneira superficial. Como diria Sherlock Holmes ao seu assistente: “elementar, meu caro Watson”. Marquei este parágrafo, porque sempre penso nisso, comparando com os meus trabalhos. Em média eles são de cento e vinte páginas, e muitas pessoas que os ganham ou os adquirem não conseguem lê-los e, creio que a maioria deles é interessante, muitos leitores os elogiam. O parágrafo é “o público gosta de livros grandes. Os idiotas acham que se um livro está cheio de páginas está cheio de riquezas". Em parte, concordo com o autor, apesar de que pouquíssimos leem, ainda mais obras extensas, contudo a qualidade literária pode estar tanto em extensas quanto em curtas. No caso trata-se de um bom livro, sem dúvidas, não devendo compará-lo com outros autores do gênero. Outro parágrafo que cito: “Claro, há milhares de anos. Principalmente nos grandes momentos da arte. Atenas, Roma, a Renascença, a Era Elisabetana, o movimento romântico na França... tudo cheio deles. Veados por toda parte. Já leu The Golden Bough? Não, é grande demais pra você. Mas há versões condensadas. Devia ler uma. Prova que os nossos hábitos não passam de puras convenções, como a de usar gravata-borboleta preta com o dinner jacket. Eu. Eu escrevo sobre sexo. Mas com penduricalhos e careta”. Observem que Raymond Chandler viveu de 1888 a 1959 e o livro em comento foi publicado pela primeira vez em 1953. Não considerei a obra muito enigmática. De modo geral, desconfiava como seriam os desfechos dos diversos casos misteriosos narrados. Em algumas passagens o autor descreve, até poeticamente, algumas paisagens o que embeleza a obra.
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December 2024
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