Escrito por Cezar Augusto BatistaO autor nasceu em 1982 na França e lá reside. Além deste, publicou mais dois: “Eu estou no controle” e “Alfie”.
Há um bom tempo não lia um livro em tão pouco tempo: 174 páginas em dois dias. O que demonstra que a obra me envolveu de tal forma que fui levado até o final com facilidade e regozijo. Trata-se de ficção dentro de literatura infanto-juvenil, porém traz ensinamentos importantes a todos que se dispuserem a lê-lo. A história é, de certa forma, simples e rotineira. Um jovem com os seus problemas, suas dificuldades pessoais e familiares, o distanciamento do irmão que vai se casar, primeira namorada, relacionamento com amigos que procuram diminui-lo, principalmente após ele sofrer um acidente praticando o seu esporte favorito. O ponto alto da obra, segundo a minha visão, é quando esse jovem, a personagem central, arruma trabalho, em uma biblioteca, no qual tem que entregar livros a determinados leitores. Assim conhece um leitor que guarda interessante segredo do passado e começa a lhe ensinar, a dar-lhe inteligentes sugestões de como elaborar um belo conto e até mesmo um livro. Nesses pontos da história, encontramos as partes mais importantes, em especial para quem escreve ou deseja escrever. Vejam as observações do ledor misterioso: 1) “você tem que atrair a curiosidade do leitor e prendê-lo, independente sobre o quê está dissertando”; 2) “uma narrativa pode ter três tipos de narrador: onisciente, que sabe tudo, inclusive o que os personagens pensam; observador, que não sabe o que se passa na cabeça dos personagens e se contenta em relatar o que vê; ou um narrador que adota o ponto de vista de um personagem”; 3) “escrever é como passar uma camisa. Precisamos repetir o mesmo gesto, de novo e de novo, até que todas as dobras desapareçam. Teimosia se faz necessária; 4) “em um bom romance, os personagens devem ser realistas e coerentes. Isso significa que às vezes devem agir de maneira incompreensível”; 5) “na literatura o objetivo não é ser realista, ao extremo, mas interessante”. No decorrer da narrativa, mais para o final, será explicado o porquê do título, outra grande lição para os escritores. A finalização do romance ocorre de forma natural, digamos assim, sem exageros fora da realidade, e sem tender muito para água com açúcar. Quase todas as dúvidas são esclarecidas, mesmo assim há possibilidades de continuar a história.
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